Com plenário lotado de deputados, presidentes dos tribunais
de Justiça do Estado, de Contas do Estado e de Contas dos Municípios, além de
segmentos da indústria e da sociedade como um todo, o governador Simão Jatene
usou da tribuna da Assembleia Legislativa por cerca de duas horas para fazer a
sua constitucional e tradicional prestação de contas relativa ao exercício
anterior, de 2012, e fazer as projeções para o ano em curso. Tratou-se do 1º
Período da 3ª Sessão Legislativa, sessão solene em que o governador do Estado
faz seu discurso dizendo o que fez e o que pretende, ouvido pelo novo
presidente da Casa, deputado Márcio Miranda, eleito na última sexta-feira.
Coube à deputada Bernadete ten Caten, líder eleita do PT na
última sexta-feira, falar em nome da bancada acerca do discurso do governador.
Inicialmente, ela cumprimentou as autoridades presentes e frisou quanto à
necessidade urgente de haver mudanças no regimento interno da Assembleia, tendo
em vista que os cinco minutos que lhe foram dados, seriam insuficientes para
poder comentar tudo o que o governador falou. Contudo, como Bernadete está
acostumada a encarar desafios, com muita propriedade, depois de parabenizar o
mandatário do Estado por sua explanação, disse haver controvérsias em relação
aos números por ele apresentados no momento em que recebeu o governo das mãos
da ex-governadora Ana Júlia Carepa, do PT, que deixou em caixa mais de R$ 50
milhões.
Disse ainda Bernadete, que o governo federal, que é do PT,
vem fazendo muito bem sua parte no que tange à liberação de recursos com fulcro
de investimentos no Estado do Pará, como por exemplo, através do Proinvest, que
é um programa voltado para distribuição de recursos em obras de
desenvolvimento. Lembrou, ainda, que somente no ano passado, foram liberados 5
bilhões e 12 milhões de reais e que, nesse mesmo período, o qual seja, 2012, o
Pará ficou colocando como o 13º no ranking dos maiores produtores de riquezas e
em 22º, no ranking de distribuição de rendas, o que mostra, como frisou, “o grande
abismo existente entre a pobreza e a riqueza no Pará, o que é injusto e ao
mesmo tempo desigual”.
Para a deputada Bernadete, há a necessidade urgente que o
governo do Estado promova a mudança no modelo de desenvolvimento, sobretudo na
questão da exportação que ainda é bastante primária. Ela também criticou a
falta de informações, na prestação de contas, sobre a questão minerária, isso
levando em conta que o Pará é o segundo maior produtor de minérios do Brasil,
atrás apenas de Minas Gerais.
Entende a parlamentar que o Pará precisa investir mais na
mineração, na pesca, na pecuária, no extrativismo, enfim, em toda a produção.
Mas que não poderia deixar de destacar, por exemplo, a aprovação da taxa
mineral pelos deputados estaduais no ano passado, e que o governador acabou
aceitando as pressões da Vale no sentido de diminuir o imposto, tanto que
deveriam entrar no Estado aportes de mais de R$ 1 bilhão e agora esse aporte
ficou em apenas R$ 330 milhões.
Bernadete também destacou o Programa de Economia Solidária,
que irá gerar emprego e renda para as famílias de pequenos produtores, mas
frisou que há a necessidade de o governo do Estado criar a Secretaria da
Mulher. “Quem sabe o governador não presenteia as mulheres no próximo dia 8 de
março com a criação da Secretaria de Estado da Mulher, que ainda sofre muita
discriminação e recebe salários menores que dos homens, além de necessitarem de
uma série de implementos políticos que, com uma secretaria, poderiam ser
viabilizados com mais rapidez e coerência”.
Ao final de sua falação, Bernadete foi cumprimentada pelo
governador Simão Jatene, que se levantou de seu lugar exatamente para saldar a
nova líder do PT, que também foi parabenizada por todos os seus colegas de
bancada por ter sintetizado, em tão pouco tempo, o discurso de Jatene.
Fonte: ASCOM - Bernadete te Caten
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